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Notícies :: criminalització i repressió
[Grécia] Jovem anarquista é preso na Grécia
24 nov 2010
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Na madrugada de 13 de outubro, no centro de Tessalônica, um furgão da empresa estatal de eletricidade, a DEI, foi atacado com um dispositivo composto por botijões de camping, gasolina e retardador.

Este veículo ardeu completamente, outros também. Mas um companheiro de 19 anos, Giannis Skouloudis, foi preso "em flagrante". Nessa mesma manhã começou a operação policial-midiática, tantas vezes já vista na Grécia, com a polícia invadindo casas de companheiros e familiares de Giannis, seqüestrando computadores, USB e publicações anarquistas, enquanto os jornalistas festejavam “o grande êxito” das autoridades.

Na sexta-feira, 15 de outubro, pipocaram pequenos confrontos com a polícia dentro e fora do tribunal, com feridos de ambos os lados (entre eles a mãe de Giannis). Também foram quebrados alguns vidros do tribunal e de um furgão policial.

Na segunda-feira, 18 de outubro, Giannis, perante o juiz, assumiu a responsabilidade pela ação, mas se recusou a depor sobre qualquer outro assunto.

No dia seguinte, durante a manhã, ele foi transferido para a prisão juvenil de Avlona, onde está também outro anarquista, Panagioti Masouras, que é acusado no “Caso das Células de Fogo”.

No domingo, 14 de novembro, cerca de 100 pessoas participaram de uma concentração na frente da prisão de Avlona.

Fotos da concentração:

http://athens.indymedia.org/front.php3?lang=el&article_id=1224036

Carta de Giannis Skouloudis

Na madrugada de quarta-feira, 13 de outubro, quando estava fugindo do estacionamento da DEI, após atear fogo em alguns carros da empresa, me encontrei cercado pela polícia secreta. Então, fui algemado pelas costas e levado para um veículo oficial da polícia, esperando, como eles disseram, para que se apagassem as chamas. Em seguida me levaram para a Central da Polícia.

O momento da minha detenção acabou por ser o começo de uma duradoura guerra psicológica, com as conhecidas táticas da polícia para lidar com tais situações. O intervalo de espera foi grande, desde os conselhos estúpidos "como de irmão para irmão" e comentários do tipo “vocês nos vêem como inimigos, mas nós não os vemos dessa forma", até os insultos e descrições humilhantes dirigidas a mim e a outros companheiros. Também algumas perguntas amistosas em espaços confortáveis e ofertas para copos de laranjadas, até as longas horas de interrogatórios ameaçadores, quando tentavam me abalar e ofender a minha dignidade como pessoa. A partir dos registros de casas até os mandados de busca e prisão que tende a criminalizar um amplo círculo de amigos e companheiros. Tudo isso à luz de uma nova e mais avançada política antiterrorismo.

Agora eu estou preso na prisão de Avlona. Numa condição aonde eu entendo não tanto como um prisioneiro perseguido por seus atos, mas como um prisioneiro de guerra capturado e refém do inimigo.

Eu estou em um local de isolamento, cujo papel é controlar e marginalizar cada elemento que constitui um perigo e uma ameaça aos planos do sistema, cada elemento que rompe o marco da legalidade, reconciliação e submissão, cada elemento que perturbe a normalidade do fluxo social e não se conforma com as suas regras. Qualquer elemento que não é produtivo para o tecido social, que não se encaixa corretamente ao funcionamento que foi designado para exercer em nome do dogma da "segurança e da ordem", e que não contribui para a promoção e manutenção deste estilo de vida tão ridículo e doloroso. Ao fim e ao cabo se trata de cada um que luta, que se organiza, que ataca e procura destacar a guerra revolucionária que vem para perturbar os alicerces do mundo capitalista moderno.

Eu também declaro que estou por esta guerra revolucionária, por um polifórmico processo e desenvolvimento revolucionário, onde os principais requisitos são: a rejeição do existente, a consciência revolucionária e a urgência da ação, que visa uma ruptura total, a destruição de cada sistema, relação e moral que oprimem a pessoa livre. Reconheço o que vai custar-me a minha decisão e me sinto preparado para enfrentá-la.

Por estas razões, assumo a responsabilidade pelo ataque incendiário realizado no estacionamento da DEI, na esquina das ruas Megalou Aleksandrou com Edison, em Tessalônica. Com este ataque quero mostrar um outro aspecto do inimigo, uma parte de sua máquina estatal.

Solidariedade com os 4 companheiros acusados pela mesma ação!

Giannis Skouloudis

Prisão juvenil de Avlona

Outubro de 2010

• Para o envio de cartas:

Giannis Skouloudis

Eidiko Katastima Kratisis Neon Avlona

T.K. 19011

Avlona, Attiki

Grécia

agência de notícias anarquistas-ana

Longa chuvarada...
Nos matos e nas lagoas,
um canto de vida.

Humberto del Maestro

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