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Revista Eletronica Crítica Social - Brasil
09 nov 2008
Revista Eletronica Crítica Social
Por uma crítica radical das relações sociais capitalistas, que forneça uma perspectiva contra a barbárie social que se alastra. Por um marxismo radical, anti-mercantil, anti-valor, anti-estatista e anti-burocrático. SOCIALISMO OU BARB�RIE!

http://kritica-social.blogspot.com
Saudações aos companheiros. Enviamos o sitio de nossa revista brasileira!



Revista Eletronica Crítica Social

Por uma crítica radical das relações sociais capitalistas, que forneça uma perspectiva contra a barbárie social que se alastra. Por um marxismo radical, anti-mercantil, anti-valor, anti-estatista e anti-burocrático. SOCIALISMO OU BARB�RIE!


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Queda de braço ou dominação unilateral?
Sobre os perigos de leituras do processo capitalista que desconsiderem os conflitos sociais

Paulo Marques



Será que a dominação do Capital é tão unilateral assim? Será que não existe resistência?
O que os fatos demonstram é o contrário: que o sistema capitalista é construído sobre conflitos sociais. A lei do valor luta para sujeitar as pessoas, mas estas reagem constantemente. Desde os primórdios do capitalismo, quando este sujeitava pela força os camponeses a sair da terra e depois os obrigava a se tornar operários através de legislações sanguinárias contra a vadiagem e de imposição do trabalho assalariado, as pessoas resistiram. Em alguns casos, o capital não teve nenhum êxito e terminou por massacrar toda resistência, como no caso dos índios. O valor da mercadoria força de trabalho é estabelecido, no fim, por meio de um processo de luta, configurando uma linha de tensão entre grupos opostos.
O atual estágio de crise do capitalismo repete a acumulação primitiva de capital - acumulação por espoliação. Basta visitar sites como o Centro de Mídia Independente para constatar isso, através do aumento dos despejos contra os pobres. Uma consulta ao Jornal Português Mudar de Vida, pode mostrar que os conflitos sociais estão começando a crescer no mundo todo, novamente. Outro dia, jovens gregos estavam expropriando mercadorias devido à fome. E agora, na Grécia ocorre uma greve geral. Os trabalhadores da Boeing realizaram uma greve de 58 dias, que foi vitoriosa e provocou um prejuízo de U$ 4 bilhões à empresa. Metalúrgicos na Bulgária, mineiros na Polônia são outros casos recentes de lutas. Na Bolívia, os movimentos populares indígenas configuraram uma verdadeira rede de relações sociais e de poder alternativas, que sofre ataques diretos da extrema-direita fascista, e não recebem maior apoio do governo Moralez, que permanece impotente e recua ante as pressões da extrema-direita. O conflito de classe é muito evidente.
Tudo isso nos deixa uma lição - nenhum processo de dominação social é unilateral ou total. Aqueles que afirmaram o "Fim da História" ainda vão se surpreender, engolindo o que disseram. No México, quando a direita sorridente afirmava que a utopia estava desarmada, assistiu-se em 1994 o levante zapatista, e em 2006, a Comuna de Oaxaca – um levante popular que colocou em cheque o próprio Estado como instituição.
Por enquanto, a grande mídia, como parte do invólucro fetichista da Sociedade do Espetáculo, tem conseguido manter a falsa aparência de normalidade e ausência de lutas. Seu expediente não é mais nem distorcer ou difamar as lutas - isso implicaria assumir que elas existem. A principal forma usada consiste em nem sequer falar que elas existem. Assim, se passa a impressão de calmaria e de isolamento.
Mas analisando as mídias alternativas, podemos ver que a realidade está porejada de conflitos e que a lei do valor encontra resistências por toda parte. A paciência das pessoas tem limite. Em dado momento os gestores de empresa começam a se preocupar, pois os “recursos humanos� não são assim tão previsíveis e planejáveis como se espera.
Por quanto tempo os media oficiais vão conseguir manter a falsa aparência de normalidade? Ainda mais, com a crise do crédito, definitivamente muitos já declararam o fim da sociedade de consumo. A ilusão da integração hierárquica através do consumo vai ser dissolvida pela própria crise. A cada dia, milhares de americanos perdem suas casas e vão dormir em trailers ou carros. A fome já atinge 900 milhões no mundo. O aumento de preços de alimentos, energia, do solo, etc. rebaixa a renda da maioria da população, que é forçada a abandonar o consumo supérfluo e é atirada de volta às necessidades básicas, com a própria existência sob ameaça. A sociedade, neste processo, se torna cada vez mais polarizada. A forma-mercadoria não se realiza, e a imensa máquina mercantil se vê privada de energia e legitimidade quando a crise a emperra. As relações entre homens não podem mais se ocultar atrás de relações entre coisas. De um lado, a vida resiste e exige seu direito de existência, gratuita. De outro, o discurso fascista e repressivo do trabalho, que descarrega a culpa e peso da crise sobre os não-rentáveis.
A Sociedade do Espetáculo vive uma grave crise. E no final, Debord estava certo ao dizer "como fazer para que os pobres trabalhem quando a ilusão se desfaz e a força se desagrega?" As contradições reais, reprimidas sob a unidade ilusória do consumo e sob o circo de pseudo-conflitos políticos, tendem a emergir com força quando o invólucro que as encobre se desfaz.
Utopia, otimismo? Não, realidade dos fatos, e o jogo das possibilidades. Socialismo ou barbárie? Vai depender da evolução das lutas e das perspectivas que surgirem.
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